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Notícias / Estátua

Estátua grega de 2 mil anos pode retornar à Itália após décadas

Centro de uma disputa judicial, a estátua Victorious Youth está em um museu nos Estados Unidos, mas pode retornar à Itália por ter sido adquirida ilegalmente

Estátua grega 'Victorious Youth' - Foto por J. Paul Getty Museum pelo Wikimedia Commons
Estátua grega 'Victorious Youth' - Foto por J. Paul Getty Museum pelo Wikimedia Commons

Nesta quinta-feira, 2, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) decidiu que a Itália tem o direito de recuperar uma estátua grega de 2 mil anos que, atualmente, está no J. Paul Getty Museum, na Califórnia, Estados Unidos. Com isso, após uma disputa judicial que dura desde 2018, a estátua pode retornar em um futuro próximo à sua terra natal.

Chamada de 'Victorious Youth' — ou então 'Atleta de Fano' —, a estátua está no centro dessa disputa desde que a Itália alegou, em 2018, que seu então proprietário, o J. Paul Getty Trust, havia adquirido ela ilegalmente.

Segundo o The Guardian, o TEDH decidiu que as autoridades italianas agiram "com o propósito de recuperar uma peça de patrimônio cultural exportada ilegalmente" do Museu Getty. Com a decisão, agora ambas as partes do processo têm três meses para solicitar que o caso seja levado à grande câmara do tribunal, para que seja tomada uma decisão final.

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História da estátua

Originalmente, a estátua foi descoberta na costa italiana do mar Adriático por pescadores, em 1964. A partir deles, ela foi vendida várias vezes, até que o Getty Trust finalmente a adquiriu em 1977, passando assim a compôr seu acervo, estando em exibição desde 1978.

Porém, desde essa época, a Itália defendia que a estátua havia sido contrabandeada de seu país, sendo assim adquirida ilegalmente. O primeiro pedido formal para sua devolução dos Estados Unidos foi emitido em 1989, mais de uma década depois de ela ser adquirida pelo Getty.

Em 2010, um tribunal de primeira instância emitiu uma ordem de confisco, em meio a uma série de outros esforços da Itália para recuperar relíquias saqueadas do país. Porém, Getty sempre defendeu o "direito legal" à estátua — que especula-se ter sido feita pelo grego Lysippos entre os anos 300 a.C. e 100 a.C..

Para tal defesa, Getty argumentava que a estátua foi encontrada em águas internacionais, logo, nunca chegou a realmente fazer parte do patrimônio cultural italiano. Agora, a disputa possivelmente encaminha-se para a reta final, em que será decidida de uma vez por todas o destino da estátua.