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Notícias / Brasil

Salvador: Mãe de aluno ataca colégio por uso de livro antirracista

O Colégio Antônio Vieira, em Salvador, foi alvo de outro ataque pela adoção de obras de autores negros e não católicos em seu currículo

O Colégio Antônio Vieira e o livro criticado pela mãe do aluno - Divulgação/Amazon e Divulgação/Colégio Antônio Vieira
O Colégio Antônio Vieira e o livro criticado pela mãe do aluno - Divulgação/Amazon e Divulgação/Colégio Antônio Vieira

Nesta semana, o Colégio Antônio Vieira, localizado no bairro do Garcia, em Salvador, voltou a ser alvo de ataques por utilizar livros de autores negros e não católicos. Em suas redes sociais, a mãe de um dos alunos disse estar revoltada pelo uso do livro “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro, nas aulas de religião do 8º ano.

Na publicação, a mulher também levantou questões sobre a filiação da filósofa e pesquisadora ao candomblé. Ela disse que o uso da obra representa uma “imposição ideológica” e uma “doutrinação escancarada”. Além disso, a mãe declarou que o uso do nome do Padre Antônio Vieira pela escola é um “desrespeito a sua memória”.

Djamila Ribeiro é uma das principais defensoras dos direitos de negros e mulheres no Brasil, e em 2020, foi a autora mais vendida na Amazon, com seu livro “Pequeno Manual Antirracista” liderando o ranking de vendas. Nele, a autora aborda questões como negritude, branquitude, cultura, afetos e violência racial, esta última considerada crime desde 1989.

Reações

Conforme repercutido pela CNN Brasil, o ataque ao colégio foi amplamente comentado, até mesmo pela própria Djamila, que afirmou: “Parabenizo a escola por trabalhar para ampliar a conscientização dos alunos e alunas”.

Em seu comentário, a autora do livro também apontou que Salvador é a capital com o maior número de pessoas negras no país e acrescentou que a mãe do aluno “precisa estudar sobre o contexto social e racial do país”.

O Colégio Antônio Vieira é uma instituição de ordem religiosa e uma das mais tradicionais de Salvador. Em uma declaração enviada à CNN, a escola afirmou a importância de respeitar a diversidade cultural e religiosa do Brasil. Segundo o diretor-geral Sérgio Silveira, o livro foi selecionado por reforçar os valores cristãos.

É justo afirmar que o cristão, por sua vocação, é também convocado a ser antirracista, a sensibilizar-se e a engajar-se no combate e denúncia de todas as formas de racismo, tanto dentro do contexto eclesial quanto na sociedade em geral”, afirma Silveira em sua nota.