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Matérias / Personagem

Greyfriars Bobby, a comovente história do cão mais fiel da história

Mesmo após a morte de John Gray, Bobby não o abandonou por 14 anos, até seu último dia de vida

Fabio Previdelli Publicado em 17/04/2022, às 00h00

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Estátua em homenagem a Greyfriars Bobby - Getty Images
Estátua em homenagem a Greyfriars Bobby - Getty Images

Em meados de 1850, John Gray havia se tornado vigia noturno da polícia de Edimburgo, na Escócia. Por causa da solitária função, o homem escolheu um cachorro da raça Skye Terrier, que ganhou o nome de Greyfriars Bobby, para acompanhá-lo.

Nascia ali uma linda relação de carinho e devoção entre a dupla. Segundo a lenda local, os dois seguiam um ritual diário: após patrulharem as ruas de paralelepípedos de Edimburgo, sempre paravam no mesmo lugar para tomar café ao fim de cada turno. 

Impressão de albumina que se acredita ser de Greyfriars Bobby/ Crédito: Domínio Público

Essa rotina os acompanhou por dois anos. Mas tudo mudou quando Gray foi diagnosticado com um quadro de tuberculose. Apesar do acompanhamento médico, o vigilante acabou adoecendo e faleceu em fevereiro de 1985. 

Ali acabava uma história de amizade, mas surgia uma lenda que até os dias atuais comove os corações dos residentes locais. Greyfriars Bobby se tornou um símbolo eterno de companheirismo, dedicação e fidelidade.

Para sempre ao seu lado

John Gray foi enterrado em Greyfriars Kirkyard, o cemitério que rodeava Greyfriars Kirk, uma igreja na Velha Edimburgo. Desde aquela data, Bobby jamais foi o mesmo. Desanimado e visivelmente triste, o doguinho se recusou a abandonar a lápide de John

Conforme aponta matéria do site All That Interesting, o Skye Terrier só deixava o local uma vez por dia, apenas para se alimentar. Isso acontecia toda a vez que um disparo do one-o-clock gun, um canhão da Mills Mount Battery no Castelo de Edimburgo, que dá um tiro diário às 13 horas, acontecia. 

Assim, o animal deixava o local e ia até a cafeteria onde Gray o levava ao fim de cada turno: a raill's Temperance Coffee House. Entretanto, desta vez, obviamente, não era seu tutor que o alimentava. Isso ficava por conta do proprietário John Traill.

Greyfriars Bobby com John Traill e sua família/ Crédito: Domínio Público

Aliás, não era só Traill que tinha um carinho por Bobby, a cidade toda tratou de cuidar de seu bem-estar. É verdade que, em um primeiro momento, os guardas do Kirkyard tentaram o expulsar do local, mas comovidos com sua história, construíram um abrigo para ele por lá. 

A proteção ao doguinho enlutado aconteceu, inclusive, em 1867, quando passou a vigorar uma lei que dizia que um cachorro sem dono deveria ser sacrificado.

Mas o Skye Terrier foi poupado com a ajuda do Lord Provost de Edimburgo, Sir William Chambers, que até mesmo lhe comprou uma coleira com a inscrição: “Greyfriars Bobby do Lord Provost, 1867, licenciado”.

Unidos pela eternidade

Greyfriars Bobby cuidou do local de descanso de seu tutor por 14 anos. A devoção e lealdade o acompanharam até sua morte, em janeiro de 1872. O cão não pôde ser enterrado dentro do cemitério, porém, visto que o lugar era considerado sagrado. 

Cerimônia em homenagem aos 150 anos da morte de Greyfriars Bobby/ Crédito: Getty images

Desta forma, foi enterrado próximo aos portões da igreja, num pedaço de solo não sagrado, que ficava a cerca de 70 metros do túmulo de John Gray.

Pouco depois, o conselho da cidade ergueu uma estátua de granito de Greyfriars Bobby que fica em frente ao kirkyard — onde os dois descansam. 

A lenda local diz que aqueles que tocarem o focinho da estátua de Greyfriars Bobby terão sorte/ Crédito: Getty Images

A inauguração do memorial aconteceu em novembro de 1873, um ano após a morte de Bobby. No local existe uma placa que diz: “Greyfriars Bobby – morreu em 14 de janeiro de 1872 – com 16 anos. Que sua lealdade e devoção sejam uma lição para todos nós”.

Uma lenda local diz que todos que tocarem o focinho da estátua de Greyfriars Bobby terão sorte. Até hoje, Bobby segue sendo símbolo da cidade. Em janeiro deste ano, aliás, foi feito uma cerimônia em referência aos 150 anos da morte do cãozinho.