Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Roland Ratzenberger

A outra vítima do GP de San Marino: A trágica morte de Roland Ratzenberger

Em 1994 aconteceu o final de semana mais triste do automobilismo, com a morte de Ratzenberger e Ayrton Senna; conheça a história do piloto austríaco!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 29/04/2024, às 19h40 - Atualizado em 01/05/2024, às 14h08

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O piloto Roland Ratzenberger, que faleceu em 1994 - Getty Imagens
O piloto Roland Ratzenberger, que faleceu em 1994 - Getty Imagens

O final de semana mais triste da história da Fórmula 1 ligou de maneira trágica e fatal Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, dois pilotos de trajetórias bastante distintas. Este ano, 2024, marca o trigésimo aniversário das trágicas mortes de Senna e Ratzenberger, dois pilotos cujas vidas foram interrompidas em um fatídico fim de semana durante o Grande Prêmio de San Marino, realizado em Imola, Itália, em 1994.

Enquanto Senna era herói de uma nação e idolatrado pelo mundo automobilístico, Ratzenberger era ainda pouco conhecido até mesmo em seu país, a Áustria.

Piloto da modesta Simtek, aquela era apenas sua terceira corrida na categoria. Nascido em Salzburg, em 4 de junho de 1960, teve seu primeiro contato com a competição aos 5 anos, quando sua avó o levou para ver uma corrida de subida de montanha. Aos 9, viu sua paixão pelo automobilismo surgir quando o Autódromo de Salzburg foi construído perto de sua casa.

Roland Ratzenberger foi um grande piloto de Fórmula 1 - Getty Imagens

Em 1970, Jochen Rindt foi campeão mundial da categoria, o que aumentou ainda mais seu vislumbre pelas pistas. No entanto, seus pais tinham um plano diferente para o único filho homem: queriam que ele fosse para uma escola técnica. Rompendo com a família, Roland se mudou para Monza, onde fez parte de uma escola de pilotagem.

Sua estreia nos carros aconteceu em 1983, na Fórmula Ford Alemã — onde, dois anos depois, se tornou vencedor do campeonato austríaco e da Europa Central. Em 1986, se mudou para a Inglaterra, passando a correr pela F3. Um fato curioso é que, durante essa fase, passou a ser chamado de Roland Rat, um famoso boneco marionete da TV.

Grandes resultados

Seu reconhecimento pelo nome foi tamanho que seu carro passou a estampar a alcunha. Sem resultados expressivos, migrou para o as categorias de turismo e protótipos, quando conheceu o brasileiro Maurizio Sandro Salas, com quem formou equipe nas 24 Horas de Le Mans. Ao blog F1 Memória, Salas recorda que Ratzenberger sonhava tanto com a Fórmula 1, que economizava cada centavo.

[Colocar ALT]
O piloto Roland Ratzenberger - Getty Imagens

Muitas vezes, aliás, Roland chegou a dormir no chão do flat que o brasileiro alugava em Tóquio para não gastar com diárias. Após passagens pelas F3 e F300, Ratzenberger realizaria seu sonho em 1994, após, ironicamente, fazer bons testes em Ímola, quando foi convidado pela estreante Simtek para ser companheiro de David Brabham.

Em uma escuderia sem muitos recursos, o piloto assinou contrato para apenas cinco corridas. Em Interlagos, ele teve problema nos treinos classificatórios de sábado e acabou ficando fora. Em Aida, surpreendeu ao terminar na 11ª colocação, algo acima das expectativas para um carro tão limitado.

Tragédia fatal

Durante a segunda qualificação em San Marino, no sábado, Roland saiu da pista na chicane Acque Minerali. Apesar de pequeno, o incidente acabou danificando sua asa dianteira — algo descoberto posteriormente e crucial para que ele perdesse o controle do carro, batendo contra o muro.

Com a pancada, ele sofreu três ferimentos: uma fratura na base do crânio, apontada como a causa da morte, um trauma contuso pelo pneu dianteiro esquerdo, que invadiu o cockpit, e uma aorta rompida.

Carro de Roland Ratzenberger após o acidente que resultou em sua morte - Getty Imagens

Para homenagear o piloto, Ayrton Senna carregava dentro de sua Williams uma bandeira da Áustria. Quando faleceram, tinham a mesma idade. O brasileiro era apenas três meses e meio mais velho que seu companheiro de profissão.

Trinta anos após essas perdas dolorosas, o legado de Senna e Ratzenberger continua a ecoar. Suas memórias são honradas não apenas por meio de homenagens nas pistas de corrida, mas também por meio de documentários, exposições e eventos especiais que celebram suas vidas e conquistas.